Sensibilizada pelo fato de ter sido freqüentado por expressivos nomes da cultura universal, estive no Café de Flore em Paris, com a intenção de vivenciar a atmosfera de luz, que ali permanece intacta, e que antes mesmo de nos sentarmos à mesa, nos envolve e absorve.
É uma sensação indescritível sentir-se ladeada por Sartre, Simone de Beauvoir, Picasso, André Breton, Apollinaire, Rimbaud, Albert Camus, Hemingway e tantos outros artistas e intelectuais de nossa história, famosos ou não.
Em qualquer ponto do café em que nos posicionamos é possível intuir as intensas emoções vividas naquele ambiente. Sartre sentindo náuseas ante o absurdo da vida, Beauvoir pregando o amor livre, Picasso traçando as primeiras linhas do cubismo, André Breton teorizando o Dadaísmo, Apollinaire “fazendo do local seu escritório” e Hemingway vivendo a permanente festa de Paris. É fácil nos contaminarmos por esse ambiente de acalorados debates e discussões, que propiciaram o surgimento de novas idéias que transformariam as artes e a literatura no mundo.
Ao deixarmos o famoso café, levamos conosco a impressão de termos convivido e interagido com esses grandes vultos, porque eles permanecem ali presentes.

Picasso no Café de Flore – foto Pinterest