Explorar o complexo legado de Giò Ponti (1891-1979) tem sido entusiasmante, como designer de interiores, vivendo na Itália. Não seria exagero dizer que esta influente personalidade tenha contribuído fortemente para o surgimento do design neste país. Estreio o blog falando sobre este grande mestre, por ter sido ele para a arte, a arquitetura e o design uma fonte abundante de ideias, critatividade e vanguardismo, além de um significativo ponto de convergência.
Percorrer as ruas de Milão em busca de suas notáveis construções, nos permite descobrir e visualizar por ângulos inesperados, verdadeiras jóias da arquitetura milanesa.Terra natal e profissional de Ponti, Milão foi onde ele realizou algumas de suas mais importantes obras, testemunhas de seu forte vínculo com a cidade, como o Edifício Pirelli e a Igreja de “ San Carlo Borromeo”.
Com uma trajetória extensa e curiosidade incansável se dedicou com maestria a inúmeras áreas, indo muito além das artes decorativas e arquitetura, foi proeminente na editoria (fundou a revista domus, 1928), percorreu a poesia e pintura, se notabilizou no design com as incríveis cerâmicas para a Richard Ginori (1923-1930). Desenhou móveis, lâmpadas, objetos de vidro, tecidos, criou vestidos e cenografia para “ La Scala di Milano”. Um daqueles talentos, que em tudo que concebe, se sobressaem os traços inconfundíveis da beleza e excelência.
Tantas de suas criações restam símbolos de design atual e atemporal, a “superleggera” cadeira idealizada para a Cassina em 1955 e produzida até hoje, é um exemplo clássico, ou mesmo, a poltrona gabriela de 1971.
Sem a pretensão de apresentá-lo ou de analizar sua obra, apenas ressalto o tamanho de sua importância. Um artista que merece sempre ser investigado e desvendado, não somente como ícone do passado, mas como inspiração ao olhar adiante.
Texto escrito para no site da Revista Ludovica e publicado em 07/05/15