
Pavilhão do Brasil
Finalmente chegou o dia de visitar a tão esperada e polêmica Expo 2015, a Exposição Universal que acontece a cada 5 anos, desde 1851. Um de seus íncones é a torre Eifel, em Paris, legado da exposição de 1889. Esta edição é sediada por Milão, com o tema focado na alimentação sob o título “ Nutrir o Planeta, Energia para a vida”, onde mais de 130 países são desafiados a apresentarem soluções para a melhoria da vida de milhões de pessoas, com sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Acontecimento que muito se falou nos últimos anos na Itália, e gerou grande expectativa e curiosidade em todo o país, e comigo não foi diferente. Entrei bem cedo, mas em poucos minutos já se faziam filas em frente aos pavilhões mais disputados, muitos estrangeiros e muitíssimos italianos vindos de toda parte. O percurso foi desenvolvido na forma do “Decumano” ( “do latim: decumanus, consistia em uma via que atravessava de leste a oeste as antigas cidades romanas”).
Sem dúvida, minha grande expectativa era em torno da arquitetura dos pavilhões, sede dos países participantes. Muitos destes, produto de concursos de progetação, em que participaram studios de renome internacional. O resultado, eu definiria como um espetáculo cenográfico que oferece uma viagem na arquitetura contemporânea. Alguns se distinguindo pelo design futurista, outros pela tecnologia digital e virtual, outros por estruturas baseadas em materiais sustentáveis, não faltando projetos visualmente impactantes, além de muitas áreas verdes.
Informada do grande sucesso de público e mídia do Pavilhão Brasileiro, o visitei primeiro, como boa e ansiosa brasuca. O pricipal motivo deste sucesso é uma enorme rede suspensa por onde o público é convidado a percorrer interagindo com o ambiente. A rede foi idealizada pelo Studio Arthur Casas (vencedor do concurso) em parceria com o Atelier Marko Brajovic, e foi pensada “como a metáfora da rede – flexível, fluída e descentralizada” que representa o sistema de produção alimentar brasileiro. A fila era enorme, mas fluiu, e em poucos minutos foi possível vivenciar a experiência lúdica, de admirável fantasia, merecidamente uma das estrelas da Expo.
Entre os progetos mais interessantes e que me cativaram, destaco os pavilhões da China, Azerbaijão, França e Russia. Internamente não foi possível visitar muitos países, adorei o percuso expositivo do Japão, bonito e interessantíssimo, conseguem transmitir muitos elementos de sua cultura, aliando alta tecnologia à uma rica linguagem visual, saí dali louca para viajar ao Japão e comer sushi. Imperdível “Palazzo Itália”, uma estrutura de 13.500 m², centro principal do pavilhão Italiano. Um dia não basta para ver tudo, afinal são 1 milhão de metros quadrados, este foi apenas “ un assaggio”, certamente retornarei outras vezes.
Para quem planeja visitar Milão este ano, é uma excelente oportunidade para explorar uma babel de sabores, cores, culturas e tradições. Os países participantes oferecem inúmeras atrações e espetáculos, inseridos em um contexto repletos de idéias, design, arquitetura, tecnologia e sutentabilidade. A exposição está aberta desde 1º de maio e vai até 31 de outubro de 2015.
Texto publicado no site da revista Ludovica em 24-05-2015

Pavilhão China

Pavilhão Brasil

Pavilhão China

Pavilhão França

Pavilhão Rússia

Palazzo Itália
Fotos Take by me